quinta-feira, 5 de março de 2009

Por que não simplificar?

Estou cada vez mais convencida de que as pessoas são muito mais complicadas do que são capazes de entender e/ou aceitar. Não estou me excluindo dessa condição, pelo contrario. Começo a entender que essa é a condição sinequanon de todas as pessoas. Complicar coisas que são muito simples, para torná-las mais interessantes e se propor desafios...e ao mesmo tempo banalizar as que são delicadas para não se permitir sair da zona de conforto. Agora esquecendo o meu momento Freud, vamos falar de pessoas, mas sob a ótica da pessoa comum (tipo eu, rsrs).

Existem coisas que são difíceis de entender...outras são difíceis de prever (o que não é de todo ruim) , e as que mais me incomodam, as defíceis de aceitar. Percebo um ponto comum entre elas, que é a vontade que algumas pessoas têm de complicar o que já está muito claro. Seja por medo, orgulho, complexos, ou por canalhice mesmo (rá! achou mesmo que eu ia falar de “pessoas” com um foco diferente? tsc, tsc...rsrs).

Difícil entender coisas desse tipo:

Uma amiga me liga chorando de raiva, por que um babaca (uma pessoa que se comporta assim só pode receber esse tipo de alcunha carinhosa) que ela conheceu se mostrava todo interessado, e ela, “cagava na cabeça” dele. Ela sempre dizia que o cara era gente boa, companhia agradável, mas que não tinha rolado “aquela” química, ou seja, não deu pra construir castelos. Quando ela finalmente consegue abrir o coração (e sempre sendo muito sincera com ele) e tentar dar uma chance de verdade a ele, o que acontece? Ele esboça uma reação de extrema satisfação com aquilo tudo, que sempre sonhou em ouvir isso, etc,etc (pra não dizer blá blá blá, mais um mol de mentiras), planeja um encontro e pleno sábado de carnaval. Estranho, era segunda-feira, por que esperar tanto? Ok, começamos a pensar nas possibilidades (quase um mapa astral do cara), e a primeira que veio foi: ele não vai ligar. Taí...não precisa ser a mãe Dináh (?). Adivinhamos. Só não adivinhamos que o moço ia aparecer namorando, apaixonadérrimo, 2 dias depois. Meu...patético. Pra que tudo aquilo então? Se for pelo mais óbvio, é muita incompetência, ninguém consegue isso de uma mulher inteligente dessa forma. Enfim, na busca por entender mais um episódio desses que aumentam as estatísticas a cada dia, temos mais alguns momentos de indignação com a canalhice alheia.

Citei esse exemplo só por que foi o que ultimamente mais me despertou a pergunta “Cara...pra quê???” na cabeça. Mas existem muitos outros, como o difícil diálogo em família...em que um fala X e outro fala Y ou x²³ pra deixar a coisa mais dramática,que aí fica mais interessante,se consegue a atenção desejada, enfim, vai saber...ou por que aquele cara que beira os 30 anos, relativamente bem sucedido profissionalmente, bem resolvido, etc, prefere respeitar uma bruaca, ciumenta, neurótica, barraqueira, que não respeita a privacidade dele e enche o saco, a quem ele chama de namorada...do que partir pra uma pessoa legal, que vá somar de verdade e ser boa companheira, e não uma traça. Sabe aquele cara que vive traindo a namorada ciumenta? Então...ele faz isso por que precisa sustentar a “quedas” dele com algum argumento...a mulher que inferniza ele com crises de ciúmes e insegurança, consequentemente o relacionamento não é bom, então ele trai, busca suprir as deficiências fora. E ele prefere mesmo seguir reclamando e sendo “vítima” de escândalos do que tentar uma relação saudável. Vai entender...Ou aquele cara que está à procura (ou simplesmente à espera) de alguém legal para namorar. Ele conhece uma pessoa legal, diz que acha pra lá de interessante, mas o que ele faz? Trata como se fosse mais uma. Mais uma daquelas que precisam ouvir historinha pra liberar a única coisa que realmente interessa pra ele. Tudo bem se você não for a pessoa que ele procura, mas tecnicamente uma pessoa que busca algo sério deve assumir uma postura de respeitar as pessoas, ou seja, ser sincero. É, essa é difícil de entender e de aceitar.

Mas nunca é bom generalizar. De vez em quando me pego com dúvidas sobre o que pensar de algumas situações. Aí, eu penso:” putz...mas as estatísticas...”. Malditas estatísticas. Elas também me impedem de simplifcar coisas, pois sempre me induzem à formar uma opinião que nem sempre está certa (hã? Qual parte dos 99% ainda não foi compreendida?). E aí eu assumo o típico comportamento-tatu, intocada, até a necessidade de sanar a dúvida passar. E assim ganho mais um Cold Case pra coleção (que fatalmente será reaberto, algum dia, esperando ser resolvido de forma racional).


Alguém encontrou o meu 1% perdido por aí???

segunda-feira, 2 de março de 2009

Como transformar um homem em dez dias

Não, eu não vou escrever sobre como transformar aquele sapo no seu príncipe. Na verdade eu vou falar sobre o inverso, em como aquele sonho vira o seu pior pesadelo.
Sabe aquele cara sensacional que parece aqueles dos filmes de ficção cientifica (tipo Tristão e Isolda, O amor não tira férias, por que isso SIM é ficção...científica não sei, mas parece, é uma fórmula tão perfeita...rsrs), ou até mesmo as novelas, tipo o Diogo ontem voltando pros braços da Luciana em Mulheres Apaixonadas (não bastasse o fato de ele ser o Rodrigo Santoro, ele ainda faz loucuras por ela. Só Alien X Predador ganha no quesito absurdos da ficção).

Então...ele pode ser transformado no maior babaca, aquele da imbecildiade homérica (e espontânea), comparável a um Jack Ass da vida. Basta você abrir os olhos e enxergar o que ele realmente tem a te oferecer.
O primeiro passo é retirar a venda e parar de catar desculpas pra algumas atitudes negativas dele. Deixar de lado coisas como “ah, ele disse que ia me ligar, mas ele trabalha tanto...não deve ter tido tempo”, que é até normal, quando acontece com pouca ou nenhuma frequencia. Mas dessa pra outras piores como “ah, ele não é desagradável...é só excêntriico...”, é um pulo. E por aí vai.

Vamos imaginar como seria um cronograma, algo bem hipotético (que fique claro e como sempre, que conste nos autos!)

- Dia 01: Uma chuva que dói. Nenhum plano pra noite. Suas amigas estão ou viajando, ou acompanhadas. Uma delas está de “companhia” nova, e quando você já tinha desistido de fazer a célebre pergunta “Esse seu príncipe não tem um amigo da mesma corte não?”, ela surge com a idéia de um programinha a quatro. É patético, mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas, e você vai. Programinha intimista, barzinho, chopp, maneirando na batata com cheddar pra ele achar que você come com moderação, essas coisas. O cara é divertido, educado, inteligente, bom de papo, profissionalmente realizado, independente, e simpático (homem muito bonito dá muito trabalho, você já trabalhou isso na sua mente), enfim, um perfil quase inacreditável (o tal da síndrome do bom partido). As coisas fluem muito bem, troca de telefones e MSN (por que telefone tá meio demodé). No final de tudo, uma mensagem no celular super educada e fofinha, dizendo que adorou a noite. Legal, você vai dormir bem, se achando a maior sortuda do mundo por ter passado por isso numa noite completamente hopeless.

- Dia 02: Você desperta (por que acordar você não vai mesmo, por enquanto) de muito bom humor. Seus pais notam e insinuam que querem saber quem é o responsável por tamanha docilidade. Claro que rola um pseudo-castelo, por que sua mente (que trabalha pro mal) calcula que isso é obra do destino, os pais sentem o que faz bem à sua filha. Você não vê a hora de conectar, pra ver se ele vai te adicionar no MSN. Sem querer parecer ansiosa, só conecta na hora do Fantástico, pra parecer que é o seu único momento desocupado do seu domingo. Ele te adicionou mas não ficou online muito tempo, muito responsável, foi dormir cedo. Vocês se falaram o suficiente pra ele reiterar a mensagem que gostou muito de ter te conhecido.

- Dia 03: Você vai trabalhar mais alegre. Finge pra si mesma que acredita não estar se precipitando em relação à ele, mas obviamente já está construindo um castelo maior ainda. As mulheres no banheiro do trabalho notam que você parece mais bonita, mas confiante, e você não segura maldita língua, acaba comentando com algumas mais “chegadas” uma parte o ocorrido. E nesse momento você pode acreditar: se 04 ouviam, 03 estão felizes por você de verdade, e uma te invejou com força. Lembre-se que 01 mulher invejosa te fornece 02 olhos bem gordos em cima do teu investimento. Mas tudo bem. Essa maldita hora de ir pra casa que não chega, e você inquieta pra entrar na internet. Aí hoje sim...altas conversas, ele fala de experiências, viagens, gosto musical, faz piadas legais, enquanto isso você responde à altura e suspira. Vai dormir às 2h30 pra acordar às 6h feliz e contente.

- Dia 04: Cansada, com sono, mas mais segura de si (primeiro sinal de perigo, explico o porquê posteriormente), você vai trabalhar. Já retoma a realidade e se deixa acometer por uns surtos de irritação, tristeza, enfim, emoções humanas que 3 dias antes você nem percebia. Liga pra sua amiga às dez da amanhã pra pedir que ela vá sondar informações com o príncipe dela sobre o seu candidato. Ela propõe uma conversa numa janela compartilhada (e dá-lhe MSN, santo casamenteiro) e é nítido que o quarteto fantástico se entrosa muito bem. Enfim, pra que desconfiar que isso não vai dar certo?

- Dia 05: Você já aterrizou. É quinta feira, vai tomar um chopp com o povo do trabalho. E bem no meio dessa você é surpreendida com uma mensagem super fofa no celular. Agora danou-se. Você já tem certeza mais que absoluta de que manda na situação. Ele lembra de você e admite isso, sem problemas. Um brinde à isso. Mais uns 8 chopps, língua mais solta, e provavelmente mais uns 02 pares de olhos gordos. Na réplica ele propõe que vocês se vejam na sexta feira, e aí é o delírio por que seria tecnicamente um dia pra farra dele. Você é realmente importante. Então você se dá conta de tuuudo o que envolve um encontro a dois (roupa, sapatos, depilação, unhas, cabelos...céus!), e vai pra casa , por que te dá vontade de pedir folga pra conseguir cumprir toda a agenda pré-encontro.

- Dia 06: Dia D. Sua vontade é desistir (acontece sempre antes dos encontros mais esperados), ou de preferência, que ocorra um imprevisto pra vocês terem que remarcar. Quando você se vê linda no espelho, essa vontade passa. Aí vocês se encontram, e... ele fica girando com o carro até você escolher um lugar pra irem. Você pateticamente pergunta “pra onde está me levando?” e ele não menos pateticamente responde “não sei, estou esperando você decidir”. Aí dependendo do tipo de mulher que você é, ou você dita logo pra onde vão, ou você vence ele pelo cansaço, e força ele a escolher. Ambas as possibilidades têm prós e contras, mas o importante é o ponto comum: ele não entende que você não tá afim de decidir nada agora, pois se o relacionamento for pra frente, provavelmente você vai fazer isso o resto dos seus dias juntos. Além do mais queremos caras com atitude. Ok, menos 5 pontos pro mancebo. Apesar disso a noite até que flui bem, até que na hora de ir embora, química é grande, e rolam altos amassos no carro. Aí é o divisor de águas: o cara tem que ser coerente, não importa o que ele proponha. O mais lógico é ele tentar ir além, já disse isso várias vezes aqui, mas o cara que é mais safo já está ciente de que não vai além, por isso tenta amenizar o clima. Masss....o moçoilo cai numa de tentar aquele papo de “eu sei que esse momento é complicado...” (aí você já faz uma cara de quem teme pelo pior) e continua “...mas é que tá f***, ou a gente para aqui ou continua...”. Pelamordedeus. Tá querendo dar uma de consciente da posição complicada da mulher nesse momento? Não é a nossa posição que é complicada, meu querido...é a sua mentalidade que limita as coisas. A sua e a de todo mundo, mas pra dizer a verdade a que importava mesmo nesse momento era a sua, e principalmente, a nossa consicência. Já era, menos 10 pontos.

- Dia 07: Completamente consicente. Lógico, o cara tem defeitos, deu alguns vacilos e pasteladas que possivelmente na opinião dele você também deu. Normal. Não fosse o fato dele não te ligar, ter surtos de ausência no MSN e te deixar falando sozinha, ter sempre um compromisso...enfim, coisas que na mente dele você pode achar normal, mas você sabe eu no fundo é o início do afastamento. Aí você pensa (não sei por que cargas d’água, sempre pensa):”melhor eu fazer um contatozinho, não pode ficar tudo por conta dele”. Manda um torpedo. Ele responde com tom bem básico. Aí você responde com scrap. Ele apaga, mas não te responde. Aí você ignora, mas se for uma das mais inquietas, tenta outra vez o torpedo, e ele não se dá ao trabalho de responder. Ou seja, é hora daquele lugar-comum, que a gente nunca entende: por que raios ele demonstrou um interesse daqueles pra na hora que a gente abre a guarda eles desaparecem? Idiotice, não? Opa! Começou o processo de transformação...

- Dia 08: Maquinar coisas pra ter contato com o cara já não faz parte da sua rotina. Você se convence de que deve ignorar e deixar rolar, sendo que ele deixa de ser prioridade na sua lista de desejos. Não liga pra indiferença dele.
Caô! A raiva te corrói, por que raios essa criatura faz isso? Mais fácil ter sido coerente desde o início! Pra me-lho-rar...Uma fuçadinha de leve no orkut (o primeiro sinal da insegurança), e o que você vê? Um scrap de uma “bonita” com um perfil duvidoso, pra quem ele dá toda atenção (tipo assim, aquela com fotos exibicionistas? eca!). Comentários dúbios nas fotos dele, de diferentes pessoas, mulheres se estapiando pra ter espaço na página de recados. E pra isso sim ele dá atenção. Só pode ser um ET.

- Dia 09: Ah, não precisa de mais nada. Você só precisa fuçar o orkut dele mais uma 567 vezes pra se convencer de que realmente ele gosta de mulheres com perfil diferente do seu. E pra ver se ele não mudou de status entre as 2h da manhã de sábado pras 11h de Domingo, por que ainda pode dar nisso...o cara que se mostrava ultra-mega interessado a 2 dias, aparece namorando, apaixonadérrimo. E aí vem aquela explicação do início do post. Por que estar (ou ser) segura de si representa um “perigo”? Por que a grande maioria dos caras não lida bem com isso. Você se pergunta por que aquele cara sensacional continua um namoro de 5 anos, com aquela garota sem sal que já ameaçou se matar e/ou matar alguma mulher do circulo de amizades deles umas 2 vezes, que fuça telefones, roupas, etc. Por que ela demonstra total vulnerabilidade, insegurança, e muitas vezes, dependência. Ele não assume isso com facilidade, mas é disso que ele gosta. Na verdade, isso o mantém na sua zona de conforto. Depois de concluir isso em muitas conversas movidas à indignação com as amigas que partilham dessa opinião, você decide tentar um diálogo final pra deixar a situação bem resolvida na sua cabeça. É incrível, mas parece que ele pressente que você está armando isso. Foge de qualquer diálogo que possa terminar nesse papo. Agora chega, vamos ao....

- ... Dia 10: Acabou o encanto, né? Só é uma pena quando não se consegue deixar tudo bem resolvido (o que eles sempre vão confundir com DR), o que consiste simplesemente em entender de forma sutil o que o cara pensa sobre a situação de vocês. Mas quer saber? É duro de aceitar, mas ele não pensa é nada! E a partir desse momento nem você! Declarado oficialmente que ele faz parte da lista dos inúteis que fizeram você perder seu precioso tempo.


Depois da última temporada de “10” dias, resolvi abrir também a temporada de SELEÇÃO NATURAL. Sabe aquela coisa de que os seres que evoluem são naturalmente selecionados pelo ambiente, pois eles evoluíram e ficaram aptos a viverem nas novas condições as quais estarão submetidos? Ou seja, dane-se que homem geralmente gosta de mulher “frágil”. Vou esperar selecionar naturalmente o cara (que seja sim O CARA), que encare uma mulher diferente disso como um desafio que vale a pena ser enfrentado!