segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Fracassos...

Escrevi esse texto no dia 03 de julho de 2008. Isso mesmo, 10 dias antes do meu aniversário(o inferno astral, se ele existe, estava no auge.)Imagina um dia de CÃO, em que absolutamente TUDO dá errado. Tá, agora pega o produto entre esse dia e MOL, (6,02 x 10²³, mais ou menos). Foi o dia em que eu escrevi esse texto, aos prantos, com muita raiva da vida. Infelizmente (ou felizmente!) eu não consigo lembrar exatamente o que houve, mas sei que deu merda desde o abrir dos olhos até o tentar fechar (por que é fato que rolou insônia, certamente....).
Enfim, hoje...bom, não que hoje dê tudo certo (ah, mas logo hoje...rs), mas acho que minha visão mudou. E esse texto serve pra eu rir pra cacete, de mim mesma! rsrs, se algo deu certo nesse dia, foi esse texto!hehehe...Se liga no título, já de cara:



Eu sou um fracasso!

Eu sou um fracasso. O mais verdadeiro e burro de todos eles. Se algum sábio considera impossível fracassar em todos os aspectos da vida, terei de fazê-lo descobrir que ele também é um fracassado, pois de sábio não tem nada. Eu sou capaz disso. Aliás, a única coisa que faço bem na vida é fracassar. Ah, também faço muito bem deixar claro que não tenho a menor tolerância com fracassos, para os inúteis ao meu redor que cismam em dizer coisas muito tolas quando eu digo que fracassei. Especialmente aqueles que usam frases clichês e começam a divagar sobre seus próprios fracassos, na tentativa de diminuir o meu. Esse é sim o maior fracasso deles, e eu só não tento ver isso como uma vantagem por que eu sei que iria fracassar nisso também. Talvez eu devesse começar a pensar em não dividir meus fracassos com ninguém, mas eles são tantos que mal cabem em mim. E também é uma atitude egoísta, com tantas histórias de fracassos, por que não dar às pessoas que têm êxito na missão de serem medíocres a alegria de perceberem que alguém se dá muito mais mal que elas? Afinal, ser fracassado, tudo bem, já faz parte do meu dia a dia. Mas hei de ser uma fracassado altruísta, embora saiba que não posso contar que as pessoas me dêem isso de volta. Até por que, um bom fracassado deve ser também um excluído, não pegaria bem se as pessoas me dessem um tapinha nas costas, me convidassem pra beber uma pinga e compartilhassem um “ É foda!” comigo, de forma sincera. Filantropia é over, e só os fracassados curtem. Bom mesmo é dizer coisas do tipo “ Ah, você consegue!” ou ainda “ A vida tem dos seus altos e baixos mesmo...” , com a variação “ Os obstáculos da vida nos fortalecem...”. Seja qual for a fala, o desfecho é sempre o mesmo para todos: as pessoas se afastam, pois além de serem mesquinhas em dizer coisas hipócritas sobre o fracasso do outro, ainda são ignorantes a ponto de achar que o baixo astral de um fracassado vai contaminá-las. Essa parte por vezes chega a ser divertida, pois é uma verdadeira fanfarronice.
Mas e quando o fracasso não vem da própria incompetência, mas sim é fruto das injustiças produzidas pelas pessoas que não olham nada além do próprio nariz? É pior, por que se você resolve lutar contra isso, você possivelmente já ganha título de baderneiro, socialista vagabundo membro do PSOL, embora só nessa sentença haja quatro segmentos bem distintos da sociedade. É muito mais cômodo se conformar. Além do que, quem se conforma se confronta com quem luta contra o conformismo, e assim lutam contra aquilo que no fundo todos têm o desejo de fazer, mas o medo e a covardia não deixam. É também o medo de fracassar.
E eu posso dizer, caros amigos inertes ultra-mega-conformados, verdadeiros pesos para papel: fracassar não mata. Na verdade o fracasso não dói tanto. Dói mesmo é ser apontado como fracassado, pois o fracasso pertence a mim, ninguém divide a luta contra ele comigo, ninguém divide as minhas limitações, que me levam ao fracasso, comigo. Então também não posso permitir que fiquem com a parte boa, essa de transferir o foco para o outro, essa de se sentir aliviado por que enquanto existe outro sendo depreciado, não vai haver espaço para a percepção de suas mazelas. Essa dança acaba por virar um verdadeiro zoológico em festa, onde o espírito de porco aponta o fracasso do pobre do bode expiatório, as cobras venenosas aumentam os holofotes nos seus erros, que eram pequenos, enquanto um bando de bichos-preguiça acham isso absolutamente normal e algumas hienas gargalham, sem perceberem que as raposas estao por toda a parte, esperando pelo próximo fracasso...





p.s.: Aqui entre nós...eu não devia mesmo era falar sobre isso com niguém. Todo mundo vai piorar as coisas achando que tá sendo um exemplo de sinceridade ou tentar melhorar com conversas idiotas. O pior são aqueles que acham que eu mereci o fracasso, por que não dei o máximo de mim. Engraçado, se o máximo é de mim, achei que eu mesma tivesse que definir onde ele se limita...


2 comentários:

  1. ADOREI SEU COMENTARIO
    VC TB É MUITO AMADA, TÁ?
    QTO AO TEXTO EM QUESTÃO...MELHOR NÃO FALAR NADA PQ, SINCERAMENTE, NÃO SEI O QUE FALAR, SÓ QUE VC É MUITO QUERIDA E, SE QUISER CONVERSAR...
    BJOKAS

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  2. Boa, amiga!!! Essa auto-definição só serve para afirmar (o que não se faz necessário, diga-se de passagem...) a sua capacidade em reconhecer um possível momento de insastisfação com enorme sensibilidade... E o legal também é saber que a tentação de parecer sobre-humana não te atingiu, e mesmo que isso venha a te tornar alvo fácil de alguns hipócritas de plantão, eles perderam seus ociosos tempos.

    Beijão!!!

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