segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Variações sobre o mesmo tema parte II: auto-análise

Então...depois de receber alguns comentários (todos em off...cadê a coragem de vocês??rsrs) se identificando e/ou concordando com os fatos analisados no post anterior, alguns questionando, enfim, decidi fazer uma auto-análise sobre o tema, até inspirada no Cafa (aliás meninas, recomendo a leitura, ele fala muitas coisas que eu falo pra vocês, que quase sempre acham que eu tô exagerando), que conta casos próprios e histórias de outros, pra falar sobre um tema, normalmente, de interesse das mulheres e que seria difícil termos noção da visão dos homens é aquela. E decidi falar da minha visão mesmo pra não dar margem à “fantasia” alheia (lêia-se, as interpretações múltiplas que podem surgir e dizerem por aí que eu sou feminista-liberal-defensora-das-piriguetes, e por aí vai).
Começo esclarecendo que: o objetivo de dizer tuuudo aquilo, principalmente sobre os temas “sexo no primeiro encontro” e “homem só quer sexo”, não é dizer que acho os homens necessariamente canalhas por tomarem as atitudes desagradáveis que relatei, mas sim dizer que nós devemos tomar cuidado com a nossa postura, e nos sentirmos muito bem resolvidas em relação à ela. Ou seja, nada de culpar o cara por suas trapalhadas e crises de personalidade. Muitas vezes a culpa é da sua insistência em achar que algo cósmico vai acontecer, e ele vai transcendentalmente sacar que você é legal, tem conteúdo, e é pra casar mesmo se você der aquela vacilada quando tem a oportunidade de mostrar seu perfil pro cara (não, ele não tem a obrigação de fuçar as suas 351 comunidades do Orkut, onde 300 são do gênero “Sou pra casar” e “Quero um amor pra vida toda” pra saber mais sobre você, principalmente se ele não tiver esse interesse).
A minha postura é muito simples: se valorizar vai muito além de não fazer sexo de primeira, significa não se deixar ser tratada como um objeto (achei essa frase no cafa e resume muito bem o que eu penso sobre o assunto). Não significa que necessariamente ele vai sumir depois de você liberar geral de prima (especialmente se ele quiser fazer você de marmita), mas tem que ter rolado algo muito especial pra isso não acontecer. E especial não significa aquela cena com a receita vinho + DVD, do sofá pra cama dele, por que pode ser aconchegante, mas é uma situação lobo na pele de cordeiro. Vai dizer que você curte coisas fáceis, que não ofereçam o menor desafio???Hein? Então, nem ele. Se você topar o DVD por que acha ele querer te levar na casa dele o máximo, vai lá, mas saiba aguentar as consequencias em silêncio (sem mandar mensagens insanas pra ele depois com indiretas por ele ter sumido, ou indiretas no orkut/MSN).No máximo ligue pra amiga pra dar uma miadinha no ouvido dela.
Sobre o “homens só querem sexo” está mais do que desenhado , não é necessário repetir. Mas posso me divertir postando sobre o que me acontece, já que o momento é auto-analítico, e eu iria além...quase catártico.

Em 2005 eu sofri muito por essas questões amorosas. Masss, acreditem, nenhuma delas foi culpa dos caras, foi minha mesmo. Ninguém mandou duvidar do neon que aparecia na testa deles escrito “eu não valho o meu peido da manhã” e achar que eles poderiam ser regenerados por que eu sou legal. Depois que entendi (e assumi!) isso, tudo ficou mais fácil, a vida ficou até mais bonita.
No ano seguinte comecei a pôr em prática os ensinamentos do ano anterior, e nem por isso sofri menos. Foram tantos os absurdos, que depois de ganhar muito mais experiência (negativa) e ver que se a gente deixar, eles surpreendem (mais uma vez, de forma negativa), decidi viver um ano de reflexão. Comecei a me dedicar mais às atividades da igreja à música, e à família (parece papo de quem encontrou Jesus depois das decepções, mas foi não, é que tudo colaborou pra isso mesmo, mas isso é outra história). Vivi um ano de paz, não fosse a minha forte tendência à interpretar paz como monotonia. Não tava feliz, por não estar sendo eu mesma, enfim, terminei meu namoro daquele ano e tudo voltou ao “normal”. Como sempre acontece depois de momentos de clausura, rolam muitas saídas, minha mãe enlouquece, acha que eu tô envolvida com coisas ruins e acredita cada vez menos que vá ganhar netos. Aí eu mostro pra ela que tenho pouca paciência pra curtir por muito tempo as noitadas e suas consequências, que tenho boa índole e por isso não gosto de andar com gente que não seja assim (não sei por que ela sempre acha que alguém tá me fazendo mal,mas enfim, deixa ela...depois de uma conversa fica tudo bem),e que...bom, sobre os netos, infelizmente tenho que concordar. Mas não é vontade minha, o que posso fazer se tá difícil de arrumar um cara legal pra comer pizza comigo, que dirá pra ser pai dos meus três pimpolhos??
Aí em 2007 recomecei a saga de descobrir coisas bizarras que um homem pode fazer a gente passar. E dessa vez não rolou aquele sentimento de que se eu não tivesse deixado, não teria acontecido, por que foi algo completamente sem precedentes, e tampouco pude ver algum ato ou negligência minha que pudesse ter levado ao que ocorreu. Mas ok, a vida está aqui pra ser vivida. Depois descobri uma “sacanagem” no único relacionamento que eu jurava ter sido o mais “certinho” de todos. E por aí foi, mais um período de saídas intensas e coisas fúteis pra uma pessoa descompensada. Acaba rápido, tenho cada vez menos gosto por isso.
O ano de 2008 já começou com um pseudo-pé-direito, com algo que tinha uma raiz beeem lá no passado, prometia longevidade 100%, mas infelizmente (ou felizmente) eu já tava tão vacinada que não consegui ter culhões (sem plágio...ácido?) pra aguentar aquilo. E esse foi o ano em que eu me consagrei como o que eu sou hoje. Se e fosse um pouquinho mais escrota poderia até enviar uma cópia do single “Good girl gone bad”, da Rihanna, pra todos os imbecis que tentaram me fazer de idiota. Mas como não sou, me ative a dar respostas no nível Saraiva/Dr. Pimpolho para os que ainda se aventuravam a tentar colocar uma tarja escrito “otária de plantão” na minha testa. Ou quem sabe um neon pra fazer par com o deles, aquele que reluz “B-U-C-É-F-A-L-O” toda vez que ele tenta fazer uma canalhice. Mas antes que eu sucumbisse à vontade de fazer qualquer manifestação, decidi que era hora de resolver tudo isso na minha cabeça (lêia-se fazer uma ioga e me livrar da vontade de jogar óleo quente no ouvido de cada um que foi babaquinha com louvor) e partir pro futuro. Juntei toda a minha bagagem “cafajestal” (fruto de relacionamentos meus, das amigas de longa data até as de banheiro de boate, mais o conteúdo adquirido ao longo de anos sendo criada com 2 homens mais velhos e os amigos) e compus minha postura. Cara, não é fácil... Mesmo eu declarando que não tô caindo na conversa deles, believe me, rola insistência. Pra ninguém achar que tô agindo com “defesa” demais e/ou exagerando, seguem exemplos (milagres sem nomes dos santos, claro):

Sexta pela manhã, tô trabalhando, conecto discretamente o MSN com um objetivo já traçado, ou seja, não vou ficar de papo com todo mundo. Aí vem aquela peça que eu já dei por morto há séculos perguntar usando todo o estoque de “a” que ele pôde reunir: “Lindaaaaaaaa³....me abandonou???”(isso uns 10 meses depois) Meu...agora que você percebeu? Qual parte ainda precisa ser desenhada? Ah, deve ser a parte de que quando eu te dei uma chance você lançou uns papos tortíssimos querendo nitidamente me fazer de lanchinho e apareceu com uma namorada 2 semanas depois? Ok, isso não me chateou, o que me chateou foi a perda de tempo e gasto desnecessário de energia. Depois de umas 5 vezes ignorando, acho que me fiz entender.
Sexta à noite...tô no celular com um dos meus amigos do trabalho, que é membro do corpo docente da Cafa’s Life School (onde sou mestranda e provavelmente eterna aprendiz), e ele começa: “olha...sei que muito provavelmente você não vai ligar pro que eu vou te contar...mas já tava pra te falar isso (nada me tira da cabeça que eles aguardam um momento estratégico pra contar um podre de um outro cafa, mas tudo bem). Me disseram que o teu ex (o da espécie Bucefalus magnus) anda dizendo por aí que ele acha que a gente tá se pegando, mas que ao mesmo tempo ele não liga por que ele também está te pegando”. Legal, vou precisar de umas 5 agulhadas de Botox® pra me livrar de todas as linhas de stress que me apareceram depois disso. Tecnicamente “tô pegando” os dois, sendo que só os vejo no café da manhã quando chego no trabalho ainda maldizendo a existência da FM O Dia, que embala meu sono na van. Duvido de verdade que eu consiga dar mole pra alguém nesse estado, e se fosse o caso, certamente não seria no ambiente corporativo, e muito menos seria pra eles. Sabe aquela comunidade brilhante (que algumas pessoas usam pra fazer tipo) “Sou legal, não to te dando mole”? Então, a situação é exatamente essa...Fui dar “intimidade” ao invés de dar dinheiro, eles já falam que tô dando muito além disso. Além de tudo ele é uma besta, por que se fosse o caso de ter alguma chance comigo, ela desmoronaria ali mesmo. Nesse situação, prefiro sim levar a fama sem deitar na cama, não vai ser o desejo oculto (por que é nítido que rola um desejo oculto de eu realmente estar indecisa entre os dois, dando uma de esperta me dividindo entre eles) de dois machos disputando território que vai abalar o meu bem-estar e minha beleza.
Sábado à noite...pra variar, MSN ligado e filme na TV ou livro a tiracolo. Quando venho checar se alguém puxou papo leio “Poxa!!Você nem fala mais comigo! Saudades de você...”(aí, nem preciso comentar, rola a tecla SAP). Penso: é, realmente...não falo mais com você, e portanto não há razão pra te manter aqui nos meus contatos. Fim de papo, que nem começou.
Domingo à noite...au conccour. Novamente, eu aqui escrevendo esse post, quando de repente me vem a inspiração pra enriquecer o texto: MSN (fugindo da rotina), telefone com a amiga miando, a janelinha pisca com a seguinte chamada: “metidinha você, hein...nem fala mais comigo...”. Nota mental: hora de fazer limpeza nos contatos do MSN. No fim decidi que esse estava implorando por uma resposta amarga e bem dada. Só ignorei o fato dele não ter QI pra entender. Mas tudo bem, prossegui na missão. Continuou com essas amenidades e ele sempre tentando puxar o papo pra “tô-cansado-da-vida-de-balada-e-virei-um-milkshake-carente-do-BoBs”. Novamente, tecla SAP. Me seguro pra não mandar ele explodir a própria próstata pela via anatomicamente mais favorável (hum...é, esse foi bem ácido) por achar mesmo que eu pudesse cair nessa, mas já percebi que seres abissais tendem a querer igualar a inteligência dos outros às deles. Até que o num dado momento ele atingiu o auge da essência criação do Gepetto e me perguntou (23h30 da noite de domingo, isso mesmo) se eu não gostaria de ver filmes com ele na casa dele (sic). Decidi que o melhor era ignorar e lançar um status Ocupado, se ele não entendeu até agora, significa que qualquer resposta que eu desse depois disso seria dar Ibope e me tornaria responsável pelos comentários posteriores, por que esse já tinha saído do nível aceitável de joselitagem, e passado pro nível do desrespeito. À minha dignidade e à minha inteligência, claro. Mais um pra lista de bloqueios.

Meu objetivo é fazer com eles o que eles tentam fazer comigo, e certamente, com outras. Ou seja, eu me divirto em algumas situações dizendo simplesmente uma desculpa esfarrapada pra não estar dando atenção, dizendo que vou ligar e não ligando, etc. Me ensinaram (e foi de grande valia), que as mulheres só vão deixar de sofrer à toa por amor quando fizerem um homem sofrer de verdade, com uma sacanagem forte. Não foi fácil assumir um comportamento que eu considero cruel (e/ou idiota), mas devo admitir que depois disso, de fato, fiquei muito mais racional. Mas agora chega, nada mais de fazer nenhum pobre coitado de bode expiatório nem de ficar me divertindo com a “otarice” temporária de outros caras.

Considero que depois desses anos de curso já dá pra eu ser uma pessoa focada e capaz de deixar as coisas acontecerem, ou seja, se eu tenho um alvo de interesse, ele vai ser meu foco, mas jamais vou deixar que aquilo mande na minha vida a ponto de me tirar da zona de conforto e me desestabilizar, e nem vou ficar “tapando o sol com a peneira” com outros, enquanto eu não o atinjo. Fico triste que algumas mulheres ainda não consigam ser bem resolvidas, às vezes vejo algumas chorando pelos cantos e mal enxergam o quanto elas têm valor, só que com essa postura não dá, ninguém vai enxergar. E eu posto essas coisas justamente pra essas verem que é possível haver vida depois da decepção.
Ao mesmo tempo vejo outras se desvalorizando por futilidades, seja na televisão declarando um sonho de posar pra Playboy ou dando em cima de homem casado em reality show, seja na vida real (mesmo) sendo tratada como objeto e se expondo. Novamente, cada um faz o que quiser, mas acho legal não fazer da vida um livro aberto achando bonito isso, como se isso traduzissse a mente da mulher moderna, e que tenham peito (sem se apoiar nas turbinadas) depois pra assumir as consequencias.

E homens...por favor. Sempre rola uma pontinha de esperança que algum leia isto e funcione pra algo. Hoje eu peço, encarecidamente: tenham mais tato...não custa nada usar da sinceridade (sem acidez...rsrs), isso não é sinônimo de começar uma DR. Para alguns eu peço apenas que tenham mais noção. E muito bom senso. Pode ser?

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