quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Pra quem não quer ser boneca.


Sério, ser boneca é um talento. Ser delicada, se vestir sempre “bonitinha”, cabelinho arrumado, comer e beber com moderação, ser enfim um exemplo de disciplina. Os contras são óbvios, mas formam um paradoxo, por que acredito que ser boneca é uma opção, então a pessoa não se incomoda em não se permitir coisas. Não se sente presa. Será?

Quem na vida nunca fez algo que parecia bonito aos olhos da sociedade e depois surtou e quis dar um grito de liberdade, por favor, atire a primeira pedra agora em seu monitor. Você é um robô e não precisa dele.  A não ser que você seja sem personalidade, mas aí duvido que tenha parado pra ler um texto com esse título.

Vou dizer que acho bonito,viu. Acho bonito quem consegue manter o cabelinho alinhado, o rosto com efeito “matte”, e uma essência de sandália Melissa até se for num churrasco. Mas assim, só acho bonito. A Impressão que me passa é uma pessoa numa lata de sardinha, aprisionada em sabe Deus o quê. Passa aquela lingüiça escorrendo gordura e diz que não, mas queria mesmo era molhar a farofa e misturar tudo. Ouve um pagodinho e quer fazer carinha de quem tá gostando demais, mas diz que prefere trance. Enfim,né.

Devo confessar, eu não sou boneca. Não sou nenhuma flor. Não que eu não seja cheirosa, vaidosa, nada disso. Amo me cuidar. Mas só consigo manter a linha até onde o limite do meu desejo de fazer aquilo que me dá prazer me permite. Eu quero fazer dieta, ficar gostosa e sarada, mas se na volta da academia eu encontro uns amigos tomando um chopp, plena sexta-feira...eu paro. Paro nem que seja pra tomar um ou dois. Dieta não combina com vida social. E vida social traz boa parte da alegria de toda uma vida.

Quero poder dizer que comi um saco de batata-frita sem culpa, desabafar que surtei e comi um pacote de biscoito recheado sozinha, sem ninguém me olhar como se eu não tivesse força de vontade. Mermão...eu tenho força de vontade sim, principalmente  pra viver. Quando a gordura me incomoda, faço dieta. Se não me incomoda mais, eu como. Como com prazer, bebo pra ficar ruim. Faço um tributo à todas as obras do capiroto na Terra: chocolate, rabanada, pizza, salgadinhos, comida de boteco, sorvete, bolo, lasanha...Viva à batata-frita! Viva àquela gordurinha charmosa no flanco! Mas principalmente: viva à mulheres felizes, que vivem como querem viver.

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