terça-feira, 23 de outubro de 2012

De Avenida Brasil à Salve Jorge, comofaz?

Difícil falar sobre algo que foi tão acompanhado por tantas milhões de pessoas, mas vale tentar. Afinal, Avenida Brasil foi indiscutivelmente um grande sucesso, goste você ou não. É o tipo da novela ame ou deixe, mas ainda assim, até os haters contribuem pro  seu prestígio ao iniciarem discussões (inúteis) sobre os temas abordados. De fato, vingança, traição e tragédias infantis é polêmico, é pesado, mas se você der o braço a torcer vai dizer que ficou curioso em como o autor ia terminar essa história. E isso mobilizou gente como se fosse final de copa, sem dúvida.

Na minha humilde opinião de noveleira,  João Emanuel Carneiro (carinhosamente o JEC) se superou desde A Favorita, que foi seu último super aclamado sucesso do horário nobre. Em tese a trama de A Favorita foi mais cheia de mistérios e surpresas, mas então, o que teve de tão especial em Avenida Brasil?

Pra começar acho que o principal é: ser o retrato da classe que compunha a maior parte do público de novelas. Quem não mora num subúrbiozinho da vida e não se identificou né? Ou quem não mora e não sentiu uma pontinha de vontade de morar? Um bairro onde as mulheres são rycas, onde todo mundo já se pegou ou vai se pegar e ainda assim todo mundo mantém o respeito, acho que é por isso que o nome é Divino (prioridades, né glr). Um lugar onde todos os casamentos e separações são feitas em público sem cobrar ingresso, acho a cara da chiqueza isso. Fora aquela família onde todo mundo come junto grita junto sofre junto é sequestrado junto é enganado junto pega Suellen junto AFF  chega.

A história já começa tensa com uma garotinha mega fooofa (que aliás também deu um show) perdendo o pai e sendo abandonada num lixão. Carminha foi odiada e amada o tempo todo, desde o início da novela, tanto pela personagem quanto pelo show de Adriana esteves. Foram altos e baixos, que fizeram a gente se confundir em saber quem era a mocinha e quem era a vilã. E aí a novela pode sim se dar ao luxo de terminar com um final dito previsível tendo como destaque a “chupetinha” do Adauto <333 .="." o:p="o:p">

Avenida Brasil foi enfim, um marco na teledramaturgiazzzz bla bla bla, mas e agora José? Como fazer esse povo da internê se mobilizar de novo ou se acostumar que não vai mais ter flashmob #OiOiOi no começo da novela? Ah mas é simples: novela da Glória Perez, vai pelo menos mobilizar o povo pra criticar.

Salve Jorge tem um puta desafio pela frente e resolve arriscar uma protagonista não muito aclamada pelo público. Acho que isso pode dar super certo ou ser um tiro no pé. Eu sinceramente prefiro a Nanda Costa do que por exemplo a Debora Secco falando com asma o tempo todo, ou a Juliana Paes de novo com o Raj. Aí ela pega e me coloca de novo esses elementos básicos de Glorinha, como mães de idade absurdas pras suas filhas, tipo a Giovana Antonelli sendo mãe da Mariana Rios, ou a Dira Paes sendo mãe da Nada Consta. Depois vem aquele lance de forçar um teletransporte pra países da conchinchina com uma cultura muito rica e  LÓGICO, os traços dessa cultura muito rica. Especialmente: dancinhas e expressões que seriam as mais usadas (pela Glória Perez né, pq vamo combiná, eu sei que indianos não falam are baba o tempo todo). Isso é sempre um desafio à nossa paciência.

Fora QUE: Avenida Brasil teve um facilitador, que foi suceder à Fina Estampa. Se euzinha escrevesse uma novela e contratasse um grupo de teatro de colégio interno pra atuar, com a direção de uma cacatua, conseguiria ser melhor que Fina estampa. Então assim, eu acho que a gente tem que dar um desconto, nada de ficar mandando #OiOiOi pra Glorinha, até que ela peça por isso (tipo o nosso amigo Aguinaldão pediu, né). Até por que, no final das contas a contribuição dela pros nossos comentários de Avenida foi grande, com o elenco de O Clone, que se não tivesse sido uma novela marcante, como Caminho das índias foi, ninguém se lembraria de um nome horroroso como Albieri (Deus, me ajude a não lembrar de Deuzuíte daqui a 5 anos).

Pra encerrar de vez o OiOiOi e dar chance à Salve Jorge, recomendo super a leitura da escala de ódio que a linda da Bic Muller fez no Morri:  

CERTEZA que vai ajudar, uhauahuaha. Bejo grande.

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